Estado estuda ações para redução da violência doméstica

Programa da Seprev deve ser elaborado em parceria com a Defensoria Pública de Alagoas

sexta, 15 de janeiro de 2016 às 00h00

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Para auxiliar na redução da criminalidade em Alagoas, a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), em parceria com a Defensoria Pública do Estado, estuda iniciar um programa de atendimento aos casos de agressão doméstica. A ação começou a ser articulada, nesta quinta-feira (10), durante uma reunião entre representantes dos dois órgãos estaduais.

Segundo o titular da Seprev, Jardel Aderico, o trabalho deverá ser basicamente para evitar a reincidência dos casos de violência, o que vai refletir diretamente na redução dos registros. “Acreditamos ser possível a reeducação dos agressores. Apesar de ser um grande desafio, o governador Renan Filho nos determinou criar oportunidades de mudança do comportamento e da cultura com ações voltadas para esse público”, justificou.

Jardel Aderico explicou que já existem estudos que apontam que, a partir da educação e reflexão em grupos, grande parte dos homens que agrediram mulheres está deixando de reincidir na prática da violência.

“Trabalhar para que o agressor seja reeducado e que não volte a cometer o crime faz parte da política de prevenção à violência e não deixa de ser uma política de proteção à vítima. Alagoas já reduziu muito o índice deste tipo de criminalidade, com ações mais específicas de prevenção, isso irá diminuir ainda mais”, enfatizou o secretário.

De acordo com a defensora pública Andrea Carla Tonin, tomar medidas protetivas em casos de violência doméstica nem sempre é totalmente eficaz ou necessária. “O agressor, na maioria das vezes, também é vítima de uma situação de vulnerabilidade social. Grande parte dos casos que atendemos é motivado pelo uso de álcool ou outras drogas, o que pode ser tratado de uma forma diferente, que seja mais eficaz do que a prisão”, disse.

Para a defensora, os agressores já fazem parte de uma desestruturação e desintegração familiar, o que seria ainda mais agravado no caso da prisão. “Temos que ter um trabalho forte de prevenção para auxiliar nessa reestruturação familiar com um trabalho em grupo e atividades psicológicas para auxiliar no combate à reincidência”, completou Tonin.

Durante o encontro, ficou definido que será montado um grupo de estudos para trabalhar e traçar ações que farão parte deste cronograma de atividades para atendimento ao agressor doméstico.


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