20 DE FEVEREIRO
No Dia Nacional do Combate às Drogas e ao Alcoolismo, Seprev alerta para os riscos da dependência química
Rede Acolhe oferece 750 vagas para tratamento voluntário e gratuito
Everton Dimoni
terça, 18 de fevereiro de 2025 às 19h30
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Vitor Beltrão e Augusto Costa
Texto de Everton Dimoni
Fotos de Vitor Beltrão e Augusto Costa
Vinte de fevereiro é o Dia Nacional do Combate às Drogas e ao Alcoolismo. A data é evidenciada todos os anos para alertar a população sobre os prejuízos à saúde provocados pelo uso de entorpecentes e o consumo abusivo de bebidas alcoólicas. O marco também é uma oportunidade para reforçar iniciativas de combate às drogas e promover a cultura de prevenção.
O psicólogo especialista em dependência química da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), Junior Amaranto, explica que a Organização Mundial da Saúde (OMS) qualifica a dependência em drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas, como uma doença crônica, progressiva e que merece tratamento. Os danos incluem prejuízos ao sistema cardiovascular, problemas hepáticos e respiratórios, até psicoses e variações de humor, incluindo ansiedade, depressão e comportamentos violentos.
“A dependência química é um problema de saúde pública e afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Além de prejudicar a saúde física e mental do dependente, podendo levar a danos irreversíveis e até à morte, o vício fere as relações pessoais e provoca prejuízos sociais que podem ser evitados”, adverte o psicólogo.
Junior Amaranto ressalta ainda a importância da ajuda profissional para quem deseja abandonar o uso dessas substâncias. “Por se tratar de uma condição multifatorial, que envolve questões genéticas, comportamentais, sociais, econômicas, entre outras, o processo torna-se difícil para quem busca se livrar do vício por conta própria. Por isso, o auxílio profissional é tão importante”, enfatizou.
Em Alagoas, a Rede Acolhe oferta 750 vagas para tratamento gratuito e voluntário, disponíveis para homens e mulheres a partir dos 18 anos de idade. O superintendente de Políticas sobre Drogas, Anax Bruno, fala sobre o diferencial do tratamento, que oferece atenção qualificada para ajudar quem deseja escrever uma nova história de vida, com mais saúde e dignidade.
“Ao aceitar o tratamento, o acolhido é encaminhado para uma das 23 comunidades terapêuticas acolhedoras, onde recebe o apoio de uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, assistentes sociais e técnicos, que o acompanham desde a porta de entrada até a conclusão do tratamento. É um trabalho importante, que tem ajudado milhares de pessoas todos os anos a dar a volta por cima”, afirma o superintendente.
Em 2024, a Rede Acolhe registrou 6.115 encaminhamentos de pessoas em dependência química para comunidades terapêuticas. O ex-acolhido Jair, de 60 anos, é um exemplo exitoso do programa e uma inspiração para quem deseja abandonar o vício. Após concluir o tratamento, ele ingressou no programa de Reinserção Social e Produtiva da Seprev e já participou dos cursos de masseiro e fabricação de massas folheadas, ofertados gratuitamente pelo Governo do Estado. O próximo passo, ele diz, é ingressar no curso de pizzaiolo e abrir o próprio negócio.
“Iniciei o tratamento em uma das comunidades acolhedoras e, lá, tive total atenção das equipes. Eles providenciaram toda a minha documentação, participei dos cursos profissionalizantes e hoje tenho uma nova história de vida graças à Rede Acolhe. Só tenho a agradecer por tudo o que fizeram por mim”, relatou Jair.
Tratamento
O apoio profissional pode ser um fator determinante para quem deseja vencer a dependência em álcool e outras drogas. Para quem busca acolhimento em uma das comunidades credenciadas ao Governo de Alagoas, o atendimento pode ser feito presencialmente em um dos Centros de Acolhimento, localizados em Maceió e Arapiraca, ou agendando uma visita das equipes técnicas pelo número 0800 280 9390.
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